Crise afeta a Venezuela

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    Crise da saúde na VenezuelaA importação de médicos dá sinais de fracasso nos países que adotaram essa estratégia, como a Venezuela. Em 2003, milhares de médicos cubanos lá chegaram em missão temporária para atuar no programa Barrio Adentro (Bairro Adentro). A ideia era a mesma do Mais Médicos: importar médicos sem qualificação comprovada para atuar na atenção básica em ambientes sem condição de trabalho.

     

    Segundo reportagem de abril do jornal o Estado de São Paulo, a ausência de insumos e de pessoal na área de cardiologia dos hospitais públicos da Venezuela já causou a morte de 235 pessoas nos últimos meses. A escassez levou hospitais de referência a declararem-se tecnicamente fechados.

     

    No país, médicos organizam passeatas para exigir material de trabalho nos hospitais públicos, que atendem a cerca de 80% da demanda. Em vários deles, funcionários pediam aos pacientes para trazer de casa agulhas de injeção e gaze. Em outros, as salas de cirurgias foram fechadas.

     

    Má experiÊncia – Em setembro, o jornal O Globo ouviu médicos venezuelanos que fizeram um balanço negativo da experiência e destacaram a falta de preparo dos estrangeiros, com denuncias de má práitica.

     

    José Félix Oletta Lopez, ex-ministro da Saúde e atual professor da Escola de Medicina Vargas e da Universidade Central da Venezuela (UCV), afirmou em artigo que os indicadores de saúde pioraram. Em 1998, o país registrava 51 mães falecidas para cada 100 mil crianças nascidas; em 2010, o número subiu para 69,3. Até 1998, a mortalidade infantil era de 13 bebês para cada mil nascidos vivos; hoje, é de 15,1.

     

    Fonte: Jornal de Medicina – ABR/2014

     

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