Violência no PACS

144

Cremers encaminha relatório a órgãos públicos sobre condições de trabalho e de segurança no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul 

 

Depois do tiroteio que resultou em um óbito e sete pessoas feridas em frente ao Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), no dia 25 de setembro, o Cremers fez nova vistoria no local com o objetivo de avaliar as condições de trabalho médico e de atendimento à população, com ênfase no aspecto da segurança.

 

O relatório do trabalho, realizado no dia 30 de setembro, foi encaminhado aos órgãos competentes, como Secretaria da Saúde de Porto Alegre, MPE, MPF, Vigilância Sanitária, TCU, TCE, PACS, e também ao Simers e Coren.

 

O presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, comenta que em dezembro do ano passado (dia 4) Cremers encaminha relatório a órgãos públicos sobre condições de trabalho e de segurança no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul a Comissão de Fiscalização esteve no PACS e elaborou um relatório sobre as irregularidades verificadas:

“Encaminhamos o relatório às instituições responsáveis, como fizemos agora em função da violência ocorrida. A Prefeitura Municipal tomou algumas providências em cima do que foi constatado, mas a questão da segurança nos postos de saúde segue muito grave. Cabe ao poder público garantir plena segurança aos pacientes, médicos e demais trabalhadores do PACS”.

 

O coordenador da Comissão de Fiscalização, Antônio Celso Ayub, adianta que o Cremers fará nova vistoria no local para verificar se foram tomadas as providências apontadas no relatório.

 

Confira as principais conclusões do relatório:

 

  • Contextualização: Unidade Não Hospitalar de Atendimento às Urgências e Emergências, localizada em zona com grande risco de violência urbana.
  • No período da fiscalização foi constatado policiamento ostensivo no local e arredores.
  • Comparativamente à visita de fiscalização do Cremers de 04/12/2014, motivada pelo incidente de assassinato de paciente nas dependências do PACS, foi observado, na presente fiscalização, com as devidas ressalvas, melhora das condições de segurança do local, com saneamento de algumas vulnerabilidades estruturais apontadas no relatório de visita da fiscalização anterior. 
  • No entanto, persistem outras vulnerabilidades de segurança: persistência de entrada única de pacientes ao PACS, sendo utilizada tanto para chegada de pacientes pedestres quanto para chegada das ambulâncias, apesar do estabelecido pelo Anexo I da Portaria MS nº 1020, de 13 de maio de 2009, para UPA.
  • Na Triagem e Classificação de Risco, que deveria ser executada por três enfermeiros, tem sido executada rotineiramente por apenas dois profissionais diurnos, e um noturno. O número insuficiente de profissionais de enfermagem já havia sido apontado no relatório de visita anterior de fiscalização do Cremers de 04/12/2014, ainda sem evidências de suficiente saneamento, acarretando sobrecarga de trabalho.

 

Fonte: REVISTA CREMERS | 2015

Artigo anteriorResolução estabelece novas diretrizes para fertilização assistida
Próximo artigoPesquisa nacional confirma avaliação negativa da saúde no Brasil