EFEITOS TERAPÊUTICOS DO SANGUE DE CORDÃO SÃO AVALIADOS EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL

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A paralisia cerebral é uma disfunção neurológica permanente que pode ocorrer no período pré- natal ou nos estágios iniciais do desenvolvimento infantil, capaz de gerar deficiências físicas (distúrbios relacionados ao movimento, postura e coordenação), que podem ser acompanhadas por deficiências cognitivas (problemas de aprendizado, memória, raciocínio etc.). A paralisia cerebral também pode ser causada por traumatismos cranianos em crianças por acidentes em casa ou até mesmo afogamentos.

 

Na busca de uma opção terapêutica mais efetiva para os prejuízos neurológicos relacionados à paralisia cerebral, um grupo de pesquisa na Coréia realizou um estudo com 96 crianças entre 10 meses a 10 anos de idade, diagnosticadas com paralisia cerebral, com a finalidade de avaliar os efeitos da terapia com sangue de cordão umbilical alogênico (transplante com material de uma terceira pessoa compatível) combinado com eritropoetina (hormônio que controla a produção de hemácias, entre outras funções biológicas).

 

Comparadas às crianças que receberam placebo (terapia inerte) e às crianças que receberam apenas a eritropoetina, as crianças que receberam uma infusão intravenosa de sangue de cordão combinado à eritropoetina apresentaram resultados superiores ao longo de 6 meses de avaliação após o tratamento.

 

O potencial terapêutico do sangue de cordão em disfunções neurológicas, incluindo a paralisia cerebral, também é foco de estudo da renomada pesquisadora Dra. Joanne Kutzberg, da Universidade Duke, nos Estados Unidos. Em um ensaio clínico publicado em 2014 na revista The Journal of Pediatrics, o grupo de pesquisa liderado pela Dra. Kutzberg evidenciou que, em bebês com lesão cerebral por privação de oxigênio tratados com hipotermia (mantidos a 33,5°C durante 72 horas, para proteção do sistema nervoso), a terapia com células do sangue de cordão autólogo (do próprio paciente) foi considerada segura e benéfica, quando comparada aos bebês tratados apenas com hipotermia (Cotten 2014). De qualquer forma, os autores afirmam que estudos posteriores são necessários para a confirmação desses resultados.

 

Atualmente, um estudo em fase clínica mais avançada e também liderado pela Dra. Kutzberg, está sendo realizado no Centro Médico da Universidade Duke, para avaliar os efeitos’ terapêuticos da infusão de sangue de cordão umbilical autólogo em crianças com paralisia cerebral.

 

Fonte: The Journal of Pediatrics

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