Congelar o sangue do cordão umbilical vira uma realidade para futuros pais. Segundo especialistas, o procedimento oferece uma opção terapêutica no futuro
Um dos assuntos mais comentados no momento, para mulheres gestantes, é a importância de coleta de células tronco do sangue do cordão umbilical. Naturalmente, toda mulher grávida espera que seu filho nasça com saúde, por isso, os cuidados e a busca por informações para a proteção do bebê começam desde cedo, ainda no ventre materno.
Dia após dia, os futuros pais descobrem novidades sobre o desenvolvimento da criança, as curiosidades da gravidez e, até mesmo, relevantes avanços da medicina regenerativa.
A decisão de armazenar as células-tronco já é uma realidade entre as gestantes, afinal, a medicina vem apresentando importantes resultados clínicos para o tratamento de doenças. Atualmente, essas células já são utilizadas para a recuperação de pacientes submetidos a quimioterapia ou a radioterapia, e encontram-se em pesquisas clínicas em enfermidades como diabetes, cardiopatia, paralisia cerebral, insuficiência vascular periférica e, até mesmo, a possível cura da Aids.
Para o hematologista e hemoterapeuta, Dr. Nelson Tatsui, ter as células-tronco armazenadas é uma forma de pensar no futuro da criança, ainda que ela nunca precise usa-las.
“Para as mães, esta é mais uma alternativa de cura, afinal, a saúde de um filho é algo que não tem preço”, esclarece. É importante destacar que o sangue congelado, além de ser compatível com o próprio bebê, possui uma chance aumentada de compatibilidade com irmãos, pai ou mãe. “Com as células crio preservadas, há maior rapidez no tratamento e diminuição dos riscos de rejeição e efeitos colaterais após o transplante, caso elas sejam do próprio doador”, esclarece o Dr. Tatsui.
COLETA E ARMAZENAMENTO
o Sangue de Cordão Umbilical é coletado imediatamente após o nascimento da criança. O procedimento pode ser realizado imediatamente após parto via vaginal ou parto via cesariana. A coleta é feita por meio da punção da veia umbilical e drenagem do sangue de cordão umbilical para uma bolsa, contendo anticoagulante e nutrientes.
O processamento do sangue deve ser feito dentro do prazo de 48 horas da data da coleta. Nessa etapa, o primeiro passo é reduzir o volume do sangue de cordão umbilical por meio da retirada do plasma e dos glóbulos vermelhos – componentes indesejáveis para o congelamento. O segundo passo é o congelamento propriamente dito, que será realizado de forma controlada, por meio de um equipamento computadorizado de ultima geração. O terceiro passo é a estocagem em tanques de nitrogênio, em temperatura de aproximadamente 190°C negativos, rigorosamente controlada, para que o material estocado não sofra variação de temperatura.
Fonte: Materlife abril/2014