Demora para Falar

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Você sabe quando deve procurar um fonoaudiólogo? Conheça os motivos que causam o atraso da fala. O atraso da fala pode estar relacionado a alterações auditivas, problemas neurológicos, visuais, ambientais e ate psicológicos 

 

A maioria das crianças começa a balbuciar por volta dos seis meses, esses são os primeiros sons que as mães acreditam que o bebê esteja as chamando, pois soa algo como mama e papa. Entre um e dois anos acontece um “boom” da aquisição onde as crianças conseguem se comunicar e expressar bem seus desejos a partir da fala por meio de frases simples. No entanto, nem todas as crianças seguem exatamente este roteiro. Para algumas, o processo é mais lento e, muitas vezes, não ocorre com normalidade que está baseada na maioria da população.

 

De acordo com a especialista Ana Paula Bautzer, fonoaudióloga da Clínica de Especialidades Integrada, o atraso da fala pode estar relacionado a alterações auditivas, problemas neurológicos, visuais, ambientais e até psicológicos. “Para a criança falar, ela precisa ouvir bem. A deficiência auditiva distorce o som e o bebê pode não ouvir, dificultando o desenvolvimento da fala. Outro fator que contribui muito para esse atraso é o ambiente em que ela vive. Se os pais fazem tudo pela criança, ela também pode não sentir a necessidade de falar”, explica a fonoaudióloga.

 

Caso a criança apresente alterações neurológicas e/ou anatômicas como paralisia cerebral síndromes genéticas, alterações craniofaciais ou sofra com algum trauma ou mudança emocional como, por exemplo a chegada inesperada de um irmãozinho e a separação dos pais, pode apresentar alteração no desenvolvimento da fala. “Se os problemas não são diagnosticados e tratados com antecedência, os sintomas podem se estender causando grandes transtornos para a criança e para sua família”, destaca a especialista.

 

QUANDO DEVO ME PREOCUPAR COM FALA DO MEU FILHO?

 

Os pais devem ficar atentos ao desenvolvimento da fala. Caso a criança entre um ano e dois não demonstre ou expresse a sua vontade, ou que não pronuncie nenhuma palavra mesmo com troca, é interessante procurar um especialista. “Neste caso o fonoaudiólogo fará uma avaliação para identificar se existe um atraso e suas causas. Quando procurado com antecedência muitas vezes uma orientação familiar resolvem o problema e evita que a criança sofra constrangimentos na sociedade”, ressalta Ana Paula.

 

FALE, BRINQUE, ESTIMULE …

 

Para estimular a fala, os pais devem manter uma conversa com a criança para que ela assimile os movimentos da boca e note as expressões do rosto. Na fase de desenvolvimento da fala, é fundamental evitar falarem diminutivos para não atrapalhar o seu entendimento.

 

“As brincadeiras são uma forma de aprendizado. Existem atividades simples que estimulam a fala e linguagem da criança, como: na hora do banho, nomeie as partes do carpo com perguntas: “Cadê o seu pé?” ou “Cadê a sua barriga?” ou quando estiver lavando a parte do corpo sempre fale o que esta lavando ou ensaboando. “Quanto mais falarmos usando verbos de ação, e nomeando as coisas, fica mais fácil para a criança entender que cada coisa tem um nome e cada ação também, esses exercícios podem estimular bastante a criança”, aconselha a fonoaudióloga.

 

O convívio com outras crianças também estimula o desenvolvimento da fala e da linguagem. Por esse motivo, incentive o convívio social de seu filho.

 

AS PRIMEIRAS PALAVRAS

 

Todos os pais ficam ansiosos para ouvir o filho pronunciar as primeiras palavras. Porém, algumas crianças demoram um pouco mais. Por isso, vença a ansiedade e estimule o pequeno. A fonoaudióloga Ana Paula dá algumas dicas:

 

  • Observe os movimentos do seu filho e verbalize a ação;
  • Traduza os gestos e ações do bebê em palavras;
  • Não interprete a criança rapidamente, cedendo o seu desejo, incentive-a falar, porém tome cuidado para não iludi-la sempre, para que esse ação não se torne muito negativa;
  • Nomeie os objetos e converse com ela explicando para que servem;
  • Evite usar diminutivos na hora da conversa;
  • Imite os sons de bichos, barulhos de carros etc para que a criança possa produzir e brincar;
  • Se a criança aceitar leia livros de histórias infantis, conte a história com entusiasmo para chamar atenção do bebê.

 

 

Dra. Ana Paula Bautzer

 

Fonte: Materlife abril/2014

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