Médicos formaram mutirão para salvar vidas

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Ao todo, aproximadamente 400 médicos da região participaram do mutirão formado para atender as vítimas, muitas delas ainda internadas, mas todas recebendo o tratamento adequado desde o primeiro instante. De acordo com relatos dos diretores técnicos e clínicos dos hospitais, nem houve necessidade de convocar os médicos das unidades.

– Os colegas vieram espontaneamente participar do trabalho. Tanto médicos como enfermeiros, o pessoal da alimentação, do almoxarifado, da limpeza. Uma corrente de solidariedade se formou rapidamente para atender os pacientes, comenta, emocionado, o diretor técnico do hospital de Caridade, Ronaldo Perret Bossemeyer. “O episódio comprovou o quanto somos eficientes”, resume, fazendo questão de elogiar a presença do Cremers na cidade. “A vinda do Conselho é auspiciosa, e uma forma de valorizar o nosso trabalho, o trabalho de uma classe que por vezes não é reconhecida e até vilipendiada.”

A médica Maria da Graça Vidal conta que desde o primeiro momento, apesar da tensão e do tumulto com a chegada de muitas vítimas quase ao mesmo tempo, todos trabalharam de forma integrada e em harmonia. “Tivemos que improvisar uma CTI para atender tanta gente. Conseguimos nos organizar rapidamente, cada grupo com uma atribuição e todos se dedicando ao máximo a salvar vidas”, conta.

A diretora clínica do hospital, Jane Margarete Costa, comenta que ninguém “está preparado adequadamente para uma catástrofe”, mas frisou que apesar do impacto inicial, “as coisas fluíram muito bem. Nenhum paciente deixou de receber atendimento pleno”.

Nos depoimentos, os médicos destacaram a participação da Força Aérea no translado de vítimas com queimaduras graves para a Capital e também a colaboração depois da Força Nacional do SUS, que reforçou o trabalho de atendimento.

De acordo com o médico Larry Cassol Argenta, diretor clínico do Hospital Universitário, a remoção de pacientes aconteceu somente depois de completa estabilização.”Não perdemos nenhum paciente. Para isso, foi decisiva a atuação de todos os profissionais, inclusive dos médicos residentes. Os médicos vieram sem ser acionados. Os plantonistas que estavam aqui no momento mais crítico não foram embora”, diz Argenta.

A diretora-geral do Universitário, Elaine Verena Resener, também destacou a solidariedade de todos e a agilidade do atendimento: “Os pacientes vinham chegando e já eram entubados. Abrimos leitos na UTI. Foi um trabalho conjunto, todos engajados, uma consciência coletiva”.

O hospital agora esta tentando a contratação emergencial de psiquiatras para reforçar o atendimento a todos os que, de uma forma ou de outra, foram ,atingidos pela tragédia ocorrida na casa noturna onde mais de 230 jovens perderam a vida.

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