10 MANEIRAS DE ENSINAR AS CRIANÇAS A LIDAR COM DINHEIRO

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Vivemos em uma época em que o consumo é mais simples do que nunca: crédito instantâneo, criptomoedas, bancos online e muitos “compre com um dique” espalhados por todas as grandes lojas da internet.

Ao mesmo tempo, educadores, economistas e outros especialistas em finanças afirmam que a mesada, uma ferramenta tão antiga, ainda é uma ótima maneira de ensinar crianças de todas as idades a construir um senso de responsabilidade e confiança quando se trata de dinheiro.

Se você está pensando em oferecer mesada para seus filhos, veja alguns princípios básicos para fazer disso um aprendizado e mostrar às crianças como o dinheiro faz o mundo girar:

1. TENHA UM PLANO EM MENTE

Quando se trata de oferecer mesada, ter um plano em mente antes mesmo de falar com seu filho é fundamental.

Primeiro, defina os aspectos mais básicos: por que você está dando essa mesada? Qual será o valor? Com que frequência ele vai receber? Ele precisa fazer algo para merecê-la, como tirar boas notas ou fazer algumas tarefas domésticas?

Além disso, pense em onde seu filho vai poder gastar esse dinheiro – e o que ele não pode comprar, de jeito nenhum. Ele fica responsável pelos lanches da escola? Ele pode comprar qualquer jogo de videogame?

Tenha isso tudo muito claro antes de falar com seu filho, porque ele com certeza terá essas perguntas em mente.

2. DEIXE TUDO CLARO E GARANTIDO

Depois de pensar em todos os detalhes, chame seu filho para uma conversa e explique todo o plano para ele – seus motivos, as regras, etc. Você pode escrevê-Ias e fazer um contrato, se preferir. Deixe-o em um lugar acessível para todos, como a porta da geladeira.

Quanto mais claras forem as regras, menos problemas você terá no futuro.

3. USE A MESADA COMO FERRAMENTA DE ENSINO

A autora do livro Children and Money (Crianças e Dinheiro), Grace W. Weinstein, afirma que a mesada “é a melhor ferramenta de aprendizado. As crianças precisam lidar com ela e cometer seus próprios erros”. 

Use a mesada para ensinar seu filho não apenas como lidar com o dinheiro, mas também a desenvolver habilidades que serão importantes na vida adulta: organização, responsabilidades, planejamento, independência, etc.

4. ENSINE O QUE ELE PODE FAZER COM O DINHEIRO

Uma das ideias mais aprovadas por economistas e educadores. quando se trata de mesada, é incentivar seu filho a não gastar todo o dinheiro que ganha: uma parte deve ser guardada e. outra. deve ser compartilhada.

Ou seja. parte do dinheiro é economizado – talvez, para uma compra maior no futuro: outra parte é doada de alguma maneira – para uma instituição de caridade. por exemplo; e a terceira parte é a que ele pode usar para suas compras normais. Uma lição que serve para a vida toda!

5. DEFINA A IMPORTÂNCIA DAS TAREFAS

Essa é uma controvérsia que persiste por gerações: é preciso relacionar a mesada às tarefas de casa, como arrumar o quarto ou lavar a louça? Os especialistas se dividem, porque sempre surgem problemas quando as crianças não fazem as tarefas – o que acontece mais cedo ou mais tarde.

Se você decidir reter a mesada nesses casos, elas entenderão o castigo, mas todas as lições de economia, planejamento e doação serão perdidas.

Além disso, é inevitável que seu filho comece a negociar todas as tarefas com você. Se ele não precisar da mesada por uma semana, tudo bem deixar as tarefas de lado? E se ele começar a perguntar quanto dinheiro vai receber toda vez que você pedir um favor?

Por isso. muitos especialistas acreditam que é mais vantajoso e menos complicado fazer da mesada um benefício por fazer parte da família, e lidar com as tarefas domésticas à parte.

6. CUMPRA O QUE FOI PROMETIDO

Essa é a uma opinião unânime: se você prometeu dar a mesada de qualquer modo, não a suspenda como forma de punição por notas baixas ou mau comportamento, não importa o quanto isso seja tentador.

O acordo entre vocês deve ser baseado em confiança, comunicação e cooperação. Usar a mesada como ferramenta disciplinar quando esse não é um dos seus objetivos só vai parecer uma maldade arbitrária aos olhos do seu filho. Encontre outra maneira de lidar com a situação e continue cumprindo o seu acordo.

7. NÃO NEGUE SUAS DÍVIDAS

Um dos aspectos mais importantes da mesada para o aprendizado é a consistência: ela deve vir sempre quando for combinado, na quantia certa. Torne a mesada uma prioridade, pagando sempre a quantia combinada, para gerar mais confiança, incentivar o planejamento e evitar barganhas.

Para fazer isso, desenvolva um hábito: na primeira conversa, estabeleça um dia da semana para dar o dinheiro a ele – depois da escola, na sexta-feira, domingo à noite, etc. Entregue o dinheiro sem drama e sem problemas. Essa atitude positiva vai mostrar confiança e incentivar um bom comportamento.

8. ADEQUE A MESADA À IDADE

Alguns educadores infantis e psicólogos alegam que crianças de 3 ou 4 anos já podem se beneficiar de uma mesada – desde que ela seja adequada para a idade delas.Outros, no entanto, dizem que acriança deve ter pelo menos 8 anos. Isso vai depender da personalidade do seu filho.

O Liberty Financial Young Investor Parent’s Guide (Guia para Pais sobre a Liberdade Financeira do Jovem Investidor) mostra estudos que apontam que crianças de até 3 anos estão prontas para aprender sobre dinheiro e sobre como as coisas são compradas e vendidas. Aos 5 anos, elas já podem aprender a economizar.

Ou seja, quando seu filho manifestar interesse em dinheiro, você já pode começar a introduzir a ideia da mesada. Comece aos poucos, com quantias adequadas, e vá mudando à medida em que ele fica mais velho e mais independente.

9. DIGA NÃO AO CARTÃO

Com tantas opções de lojas online, como a Amazon e o Submarino, é muito tentador deixar seu filho, especialmente se ele não for mais uma criança pequena, ter acesso a um cartão de débito ou crédito para fazer transações previamente aprovadas pelos pais.

Mas essa é outra unanimidade entre consultores financeiros: mantenha a mesada só em dinheiro em espécie. Mesmo que seja mais trabalhoso insistir que seus filhos peçam para você fazer todas as transações online, é muito mais fácil controlar as despesas eletrônicas assim.

Além disso, você não quer que seu filho se acostume com a ideia de que é fácil gastar dinheiro – é só uma questão de apertar alguns botões. Depois de fazer a transação online, peça para que ele o pague de volta com o dinheiro da mesada.

10. AUMENTE AS LIÇÕES COM O TEMPO

A mesada é só o começo. Quando seu filho estiver na adolescência, é possível abrir uma conta bancária para ele com você como responsável e, a partir daí, estender suas lições sobre finanças.

Conceitos como investimentos, cheques, juros, orçamento e outros podem começar a ser inseridos na rotina dele. E essas ideias vão parecer bem mais simples se ele já tiver convivido com os ensinamentos e os benefícios da mesada.

Fonte: HEMOCORD MAGAZINE | 2018-2019

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