Inovações que salvam vidas

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    A TECNOLOGIA COMO UMA PONTE PARA OFERECER AOS PACIENTES SOLUÇÕES CADA VEZ MAIS PERSONALIZADAS E EFICIENTES DE MEDICINA. O FUTURO JÁ É REALIDADE – E O MÉDICO É PARTE INTRÍNSECA DESSA HISTÓRIA

     

    Quando o americano Adam Gorlitsky, então estudante universitário de apenas 19 anos, acordou depois de um acidente de carro, descobriu que nunca mais voltaria a andar. Atleta experiente, conhecido por correr mais de um quilômetro e meio em menos de cinco minutos, teve dificuldade em aceitar sua nova condição. Mal sabia ele que, uma década depois do incidente que mudou sua vida, ganharia uma chance de recomeçar.

     

    Em 2015, ele foi escolhido como candidato a testar uma tecnologia de exoesqueleto, uma máquina que seria capaz de devolver sua capacidade de se levantar e andar. No ano seguinte, com 40 mil corredores torcendo por ele, Adam se tornou o primeiro homem paralisado a completar a Cooper River Bridge Run, a mais badalada corrida de 10 quilômetros do mundo. “Eu não me sinto incapacitado, nem fisicamente capaz. Sinto que fui recapacitado”, conta Adam.

     

    O seu objetivo agora é usar o ReWalk Robotic Exoskeletone, como é chamado o modelo de exoesqueleto de Adam, para completar uma maratona inteira. “Quero quebrar o recorde mundial estabelecido neste ano pelo meu colega ReWalker Simon Kindleysides, na Maratona de Londres”, projeta.

     

    Aqui no Brasil, outro exemplo emblemático: na abertura da Copa do Mundo de 2014, o pontapé inicial foi dado por Juliano Pinto, 29 anos, que é paraplégico. Ele vestia exoesqueleto desenvolvido por cientistas e pesquisadores de 25 nacionalidades. O projeto foi liderado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que, na época, destacou a demonstração como o primeiro passo para chegar a uma alternativa viável de mobilidade a pessoas paralisadas.

     

    As duas histórias mostram como tecnologias que antes pareciam ficção científica ou parte de um futuro distante começam a ser integradas à realidade médica – e podem fazer toda a diferença na luta pela vida.

     

    Medicina e Inovação

     

    Chefe da oncologia da Rede D’Or São Luiz e professor na Universidade de São Paulo (USP), Paulo Hoff destaca que a Medicina evoluiu rapidamente nas últimas décadas. Na década de 1980, diz ele, esse movimento de avanço já era perceptível – o conhecimento médico duplicava a cada sete anos. “Agora, vivemos uma realidade em que esse processo acontece praticamente a cada seis meses”, destaca. “

     

    Hoff entende que isso gera desafios para o médico, já que é difícil se manter atualizado com o volume de informações novas produzidas a cada dia. Por outro lado, são inúmeras as possibilidades e perspectivas para o futuro – algumas mais próximas do que se pode imaginar.

     

    Robotização

     

    O Brasil tem, hoje, um número grande de robôs instalados para auxílio de tratamentos cirúrgicos. Essas tecnologias estão em expansão e são desenvolvidas para auxiliar a Medicina como um todo: na radioterapia, nos laboratórios de análises clínicas, em laboratórios de imagem, em cirurgia.

     

    Na prática, o robô desempenha o papel de assistente do médico. Ele melhora a visualização de exames, facilita o acesso a regiões complexas do corpo humano e minimiza danos aos pacientes, a partir de cirurgias menos invasivas e radioterapia localizada.

     

    Os avanços chegam ao desenvolvimento do exoesqueleto, como é o caso de Adam. Segundo o americano explica, ao entrar na estrutura ele aciona o modo de espera no relógio que usa no pulso (funciona como o “cérebro” da tecnologia). Ao pressionar o próximo botão, o modo andar é ativado. Em seguida, o jovem faz um leve movimento para frente, que é captado por um sensor. Pronto, a caminhada inicia. “É a epítome do homem que encontra a máquina”, resume o americano.

     

    Para Hoff, essa é uma das grandes apostas da tecnologia, em que os robôs ajudam a melhorar a funcionalidade de seres humanos com problemas de medula, a partir do aumento da capacidade física. “A cirurgia robótica se propagará em menos de 20 anos. O binômio Medicina e robótica veio para ficar”, afirma.

     

    Fonte: Revista Vox Médica

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