Evento contou com palestras e discussão sobre iniciativas propostas por instituições de ensino e por estudantes
Preocupadas com os altos níveis de estresse e ansiedade entre os acadêmicos de medicina no estado, os integrantes do Departamento Universitário (OU) da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) promoveram no início de setembro um evento para debater a questão.
– Este assunto é quase um tabu na nossa formação. Por isso, queremos criar as primeiras diretrizes para que as faculdades possam seguir e combater estas situações e para que os centros acadêmicos também tomem algumas iniciativas, como a criação de um grupo de apoio – destaca o presidente do OU, Antônio Ley.
Na ocasião, dois psiquiatras palestraram para o público formado por integrantes de diretórios acadêmicos, coordenadores dos cursos de medicina do estado e pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS).
O professor de psiquiatria da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Carlos Gomes Ritter, abordou os fatores estressantes na faculdade de medicina.
– Se o estudante não estiver na plenitude do seu estado mental, vai ter dificuldades de estratégia, memória e talvez não vá conseguir consolidar o conhecimento e aplicá-Ia – explica Ritter. Já o presidente da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Flávio Shansis, falou sobre o comportamento suicida em estudantes de medicina.
– Cabe, fundamentalmente, às faculdades se prepararem para terem formas de ensino e metodologias menos cansativas e mais conectadas aos jovens, além de estarem atentas às necessidades deles e oferecer apoio médico, psico– terápico e psiquiátrico – reforça Shansis.
No encontro, ocorreu também uma mesa redonda onde as faculdades relataram o que têm feito a respeito deste cenário. O momento foi mediado pelo vice-presidente e diretor científico da AMRIGS, Jair Escobar, que destacou a importância da discussão na busca de soluções para a formação dos futuros médicos.
De acordo com Antônio, o objetivo é repetir o encontro no próximo ano para que possam avaliar o que avançou a partir das discussões realizadas.
Fonte: Jornal AMRIGS