Em virtude do cronograma de liberação para o retorno às atividades escolares presenciais anunciado pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul, a SRGI torna publico as seguintes considerações:
1) O sistema de bandeiras foi criado para evitar o colapso do sistema de saúde hospitalar; entretanto, não é um indicador apropriado para mensuração da taxa de transmissão do coronavirus na comunidade.
2) Atualmente no Rio Grande do Sul, conforme dados do próprio Departamento de Economia e Estatística/SEPLAG do estado, as taxas de transmissão de coronavirus, calculada pela ocorrência de casos novos por dia a cada 100.000 habitantes, são superiores à média nacional e de estados altamente populosos, como o Estado de São Paulo. Nenhum país até o momento promoveu a reabertura das escolas durante esta pandemia com taxas de transmissão tão elevadas quanto as observadas atualmente no estado
3) A proposta apresentada até o momento unicamente indicou uma data para reinício das atividades. Não foi apresentado qualquer indicador que adequadamente reflita a taxa de transmissão em crianças com maior acurácia e rapidez, tampouco de índices, que, uma vez atingidos, determinariam novo fechamento das escolas.
4) Não foi apresentado proposta de ampliação da cobertura de testagem ou algum programa de testagem específico para o monitoramento de aumento de contágio em alunos, professores e funcionários. Não há medidas concretas que permitam detectar precocemente surtos de covid19 em alunos e toda a comunidade escolar.
5) O risco de covid-19 grave e óbitos decorrentes da doença em jovens e crianças é baixo, mas não inexistente. Igualmente, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, condição associada à covid-19, apesar de rara, pode cursar com formas graves e fatais, como já registradas no Brasil.
Porto Alegre, 08 de setembro de 2020
Diretoria da SRGI e Comitê ad hoc COVID-19