Ministério Público Federal investiga gestor do programa
O potencial de fraudes, equívocos e desmandos do Mais Médicos parece ser ilimitado. Não bastasse o Tribunal de Contas da União (TCU) ter comprovado que metade dos municípios tem hoje menos médicos próprios do que antes da medida, revelando a farsa da interiorizarão dos médicos, agora a denúncia é contra o gestor do programa.
Anunciado com grande alarde no ano passado como o nome mais jovem no primeiro escalão do Ministério da Saúde, Hêider Aurélio Pinto é secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e gerencia o Mais Médicos.
De acordo com levantamento do jornal Zero Hora, que comparou os horários de aula com a agenda de compromissos do gestor, ele recebeu o título de mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) sem que tivesse a freqüência mínima exigida pelo curso. Afinal, ele não reside no Estado e teria faltado pelo menos 42,6% das aulas, por estar em viagens pelo País, a serviço do governo federal. Para os demais alunos, e necessário 75% de presença para a aprovação no mestrado.
O Ministério Público Federal pediu esclarecimentos a universidade sobre o caso. O MPF confirmou ao SIMERS que o Núcleo de Controle da Administração do MPF em Porto Alegre abriu investigação preliminar sobre o caso.
MENOS MÉDICOS
A distribuição dos profissionais do Mais Médicos pelos estados mostra que São Paulo recebeu SEIS a SETE vezes mais intercambistas do que Piauí, Rondônia, Paraíba e Rio Grande do Norte e DEZ vezes mais médicos do que Alagoas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Sergipe, Acre, Tocantins, Roraima e Amapá. Metade das cidades que receberam os intercambistas apresentam, hoje, redução de profissionais.
O Mais Médicos não era e não é solução para interiorizar profissionais, como avisamos em 2013. Paulo de Argollo Mendes, presidente do SIMERS
Fonte: VOX Médica – maio2015