Doenças Crônicas e Mortalidade – Riscos podem ser modificados, especialment entre os mais jovens

237

As doenças crônicas não transmissíveis são consideradas as principais causas de mortalidade e morbidade no mundo, levando ao óbito cerca de 38 milhões de pessoas ao ano. No Brasil, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde, aquelas que respondem pela maior parte das mortes incluem as cardiovasculares, o câncer – principalmente o cervicouterino e o de mama, nas mulheres, e o de estômago e o de pulmão, nos homens -, o diabetes mellitus e as doenças respiratórias crônicas.

 

Essas enfermidades estão relacionadas com a idade, podendo ser mais frequentes após a sétima década de vida, mas a porcentagem de mortalidade entre 30 e 70 anos por qualquer uma delas é significativa. No Brasil, segundo o Relatório Global da Organizaçâo Mundial da Saúde, publicado em 2014, o índice de morte prematura por doenças crônicas não transmissíveis foi de 19,4%, em 2012. Nesse mesmo ano, o total de óbitos por tais afecções foi de 518 mil, no sexo masculino, e de 459 mil, no sexo feminino, das quais 50,7% e 41,4%, respectivamente, em indivíduos abaixo de 70 anos.

 

Esse panorama, no entanto, tem tudo para mudar porque é possível modificar os fatores que aumentam o risco para essas doenças, os quais incluem o tabagismo, o alcoolismo, a inatividade física, a alimentação não saudável e o aumento do índice de massa corporal. Tanto que, na prática, pelo menos 80% dos casos prematuros de doença cardiovascular, acidente vascular cerebral e diabetes tipo 2 e 40% dos casos de câncer podem ser evitados com dieta saudável e prática regular de exercícios físicos, bem como sem o consumo de tabaco.

 

Os dados da pesquisa Vigitel, que analisa as estimativas sobre a frequência e a distribuição dos fatores de risco para doenças crônicas na população adulta brasileira (≥18 anos), mostram que nossos indicadores ainda precisam ser melhorados. De 2006 a 2014, houve aumento da porcentagem de sobrepeso ou obesidade. Apesar de o consumo regular de frutas e hortaliças estar se elevando gradativamente, o índice não atinge nem 40% da população. Em termos de atividade física durante o tempo livre, a taxa ainda se encontra em 35%. Felizmente, a porcentagem de fumantes vem diminuindo e a de pessoas que consomem bebidas alcoólicas em excesso mantém-se estável.

 

Fonte: Revista Fleury

 

Artigo anteriorCicatriz da cesariana
Próximo artigoDoença meningocócíca – Anvisa dá sinal verde para ampliar a proteção de lactentes