Estudo aponta que adoçantes são vilões da reprodução assistida

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Estudo revela que consumo de adoçantes pode reduzir a fertilidade da mulher. A ingestão pode reduzir em até 30% a chance de gravidez por fertilização in vitro

 

Publicada na revista Reproductive BioMedicine Online, que representa oito sociedades de especialistas em reprodução assistida, pesquisa mostra que o consumo diário, ao longo de seis meses, do equivalente a uma lata de refrigerante nas versões light e zero, ou uma xícara de 240ml de café adoçado artificialmente, reduz em até 30% as chances de engravidar por técnicas de reprodução assistida.

 

Foi constatado que a ingestão frequente prejudica a qualidade dos óvulos e reduz a taxa de sucesso de fixação do embrião no útero. O trabalho analisou 5.548 óvulos de 524 mulheres com idade média de 36 anos. As conclusões do estudo são somente para efeitos em reprodução assistida, pois todas as participantes estavam em tratamento. Não foi avaliado o efeito de adoçantes no índice de gravidez natural. A hipótese mais provável é que o adoçante libere citocina, substância que afeta a formação normal do óvulo e a saúde do útero.

 

A ginecologista Adriana Arent afirma que a principal fonte de consumo desses adoçantes são em bebidas dietéticas, geralmente apresentadas como uma boa alternativa àquelas bebidas com adição de açúcar, devido à menor quantidade de calorias.

 

“Alguns estudos têm sugerido que o consumo de adoçantes pode reduzir a fertilidade feminina. Trata-se de uma observação e os achados ainda necessitam de mais estudos para serem comprovados. Porém, as pacientes devem ser advertidas que os adoçantes podem ser prejudiciais à sua fertilidade”, afirma Adriana.

 

Adoçantes também já haviam sido associados ao parto prematuro. Em pesquisa do instituto dinamarquês Statens Serum com mais de 59 mil mulheres, conclui-se que o consumo diário de um refrigerante adoçado artificialmente aumentava o risco de parto prematuro em 38%.

 

A principal hipótese é que os compostos dos adoçantes originam substâncias químicas que alteram as funções uterinas. Anormalidades na ovulação são o principal problema das mulheres que não conseguem engravidar. A descoberta pode abrir uma frente importante em pesquisas.

 

“Esses achados reforçam que o estilo de vida saudável – boa alimentação, prática de atividades físicas regularmente, ter boa qualidade de sono, evitar álcool e cigarro – são importantes fatores para as mulheres que estão tentando engravidar”, comenta a ginecologista.

 

Fonte: Revista Fertilitat

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