Alimentação influencia na saúde da mãe e do bebê

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Cuidados na escolha dos alimentos consumidos são indicados ainda no planejamento da gestação

A partir do momento em que a mulher decide engravidar, muita coisa muda em sua vida. Desejos, planos e atitudes são repensados. Entre essas modificações, um fator que merece atenção é a alimentação.

É indicado atentar para os hábitos alimentares ainda no planejamento da gravidez. Por isso, a mulher pode procurar um nutricionista ainda antes de engravidar, para ser orientada a uma dieta adequada em nutrientes essenciais para a saúde e para garantir uma boa gestação, formação e nutrição do bebê que será gerado.

De acordo com as nutricionistas Katya Canani e Dóris D. Sbravati, durante a gestação é fundamental contar com acompanhamento médico e nutricional, pela necessidade de suplementarão de vitaminas como as do complexo B, vitamina C e minerais como ferro, o ácido fólico, além do controle de sal, dos açúcares e das gorduras. Os cuidados são essenciais para proporcionar uma gestação confortável, prevenindo deficiências nutricionais e influenciando no desenvolvimento da criança. Além disso, ajudam a evitar o aumento excessivo de peso e aparecimento de doenças gestacionais como diabete, pré-eclampsia, eclampsia, entre outras.

Indicações:

-Frutas, verduras, legumes, leguminosas, cereais, carnes, aves, peixes, leite e derivados e alimentos ricos em fibras;

-Alimentos ricos em ácido fólio, fundamental na formação do tubo neural do bebê. O mineral está presente em comidas como fígado, feijão, carnes magras e vegetais de folhas verde-escuras, como espinafre e brócolis frescos;

– Alimentos que contenham ferro, como feijão, leguminosas e carnes em geral, para evitar a anemia;

-O cálcio e o fósforo ajudam na formação do esqueleto e dos dentes do bebê. Eles estão presentes em cereais integrais, leite e derivados, ovos e carnes magras;

-Água (sem gás), mas deve-se evitar seu consumo junto às refeições.

Cuidado com:

-Alimentos industrializados ricos em sódio, pois podem resultar em retenção de líquidos pelo organismo. Devem ser evitados salgadinhos, embutidos, conservas, temperos prontos e sopas instantâneas. Quanto mais natural e integral o alimento, melhor;

-Consumo de açúcar em excesso e com os adoçantes dietéticos artificiais;

-Alimentos gordurosos;

-Ingestão de bebidas alcoólicas ou ricas em cafeína, como café preto, chá, chimarrão e alguns refrigerantes.

A partir do momento em que a gravidez for confirmada, as nutricionistas explicam que as calorias serão readequadas a cada gestante. Será indicada a ingestão de alimentos mais saudáveis, como carnes magras, leite e derivados, legumes, frutas, verduras, e que contenham ferro e vitamina C. Além disso, será diminuída a ingestão de gorduras, açúcares e sal. Essas mudanças devem ocorrer, pois todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê são fornecidos pela alimentação da mãe. “As escolha são muito importantes e a responsabilidade é da mulher, que precisa fazer o melhor para gerar uma criança saudável”.

Katya e Dóris consideram que a gestante deve aumentar de 9 a 12 quilos durante o período de gravidez. O excesso de peso pode acarretar edemas nos pés e articulações, exigindo um esforço maior e trazendo dificuldades para o parto. “Deve-se observar que o peso adquirido é do bebê”. Muitas vezes, se imagina que o ideal é comer uma quantidade equivalente para alimentar duas pessoas, mas o que realmente importa não é comer mais, e sim de forma correta, explicam as profissionais.

Para evitar os distúrbios decorrentes do estado gestacional, como náuseas, tonturas, vômitos e azia, o fundamental é se alimentar de forma fracionada. As nutricionistas recomendam realizar seis refeições ao dia, não passando mais de três horas sem alimentar-se.

Ao engravidar, a mulher sofre alterações físicas e psicológicas, e os desejos que sente são explicados com base em alterações hormonais, emocionais e nutricionais. Alguns hormônios, quando liberados, afetam o apetite e o paladar, o que explica o desejo de muitas gestantes consumirem alimentos que até então nunca gostaram ou experimentaram. O nível de acidez da boca também se modifica, o que justifica a busca por alimentos mais ácidos, como as frutas cítricas.

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