Vulvovaginites – Diagnóstico Fundamental

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Blog da Ginecologista Dra. Ana Lúcia Marques

AS VULVOVAGINITES PODEM TER SINTOMAS SEMELHANTES. POR ISSO, É PRECISO CONSULTAR UM GINECOLOGISTA PARA RECEBER O DIAGNÓSTICO CORRETO E O TRATAMENTO ADEQUADO

A presidente da Sogipa explica que essa atitude de se automedicar pode mascarar casos mais graves e transformar  uma vulvovaginite em doença crônica ou recorrente. Portanto, caso haja algum sintoma, procure seu ginecologista, que poderá, com um exame “a fresco” — realizado com uma gota do conteúdo vaginal, no próprio consultório —, diagnosticar corretamente o problema e indicar o tratamento apropriado.

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A vaginose bacteriana é uma das vulvovaginites mais frequentes. Ela acontece devido a uma alteração no microbioma da vagina, conhecido anteriormente como flora vaginal. “Ali há muitos micro-organismos, bactérias, patógenos, bacilos que são normais. Mas, quando suas proporções são alteradas, ocorre uma transformação no equilíbrio do microbioma, provocando os sintomas. E o principal deles é o corrimento vaginal com odor bastante ruim e forte”, explica Zanine.

Não há uma causa específica para o surgimento da vaginose bacteriana, mas fatores externos podem colaborar para a sua ocorrência. São eles: o uso de roupas muito apertadas e de tecidos sintéticos; o de desodorante íntimo e sabonete muito perfumados; e, às vezes, o excesso de higiene. “Uma hiper-higiene pode ajudar esse desequilíbrio do microbioma, pois altera a defesa existente, causando o corrimento com odor ruim”, alerta a ginecologista. A vaginose bacteriana não é transmitida via contato sexual, e o parceiro não precisa ser tratado junto com a mulher.

A atenção deve ser redobrada caso a mulher engravide e apresente algum sintoma. “Se, por exemplo, ela ficar grávida, for passar por uma cirurgia ginecológica ou colocar um DIU e tiver vaginose bacteriana, isso poderá lhe trazer consequências danosas”, diz a especialista.

A candidíase é a vulvovaginite mais conhecida. Trata-se de uma infecção causada, na maioria das vezes, pelo fungo Candida albicans, que tem como hábitat natural locais quentes e úmidos. Acredita-se que 75% das mulheres terá pelo menos um episódio de cândida durante a vida. Seus principais sintomas são coceira persistente, ardência ao urinar, vermelhidão e irritação da vulva e um corrimento branco — com aparência de leite talhado.

Existem fatores que podem potencializar a infecção. “Com a cândida há uma irritação da vulva. O uso de absorvente diário ou de roupas muito apertadas e de tecido sintético, por exemplo, causam um abafamento da região, propiciando mais umidade ao local”, esclarece a professora da UFPR. “Isso não vai causar a candidíase, mas pode ajudar no crescimento do fungo.” 

Rita Maira Zanine relata ainda que o uso de antibióticos pode propiciar o aparecimento da cândida e que gestantes, diabéticas e mulheres com HIV positivo são mais propensas a contrair essa infecção. “Ela afeta muito a qualidade de vida da mulher, e o tratamento correto é essencial, porque ela tende a recidivar (voltar). Então, é o médico quem pode orientá-la para que isso não ocorra.”

O parceiro pode ter a Candida e outras bactérias, mas não há estudos que comprovem a transmissão por contato sexual. O uso de preservativo, porém, é indicado.

Já a tricomoníase, diferentemente das anteriores, é uma infecção sexualmente transmissível, causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis — atingindo, portanto, mulheres e homens.

Os principais sintomas são corrimento esverdeado com odor bastante forte e desagradável, acompanhado ou não de dor no ato sexual e de ardor ao urinar. “Hoje sua prevalência é bem menor, mas, nesse caso, o uso de preservativo é obrigatório para a sua prevenção”, afirma Zanine.

       

 

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