Violência no Trânsito – Número de acidentes com motos preocupa a categoria médica

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    O Conselho Federal de Medicina (CFM) está preocupado com o alto número de acidentes envolvendo motos e deve propor ao Ministério da Saúde ações com o objetivo de alterar a situação atual. A decisão foi tomada pelo plenário do CFM após ouvir, em fevereiro, o coordenador executivo do Comitê de Prevenção aos Acidentes de Moto de Pernambuco (Cepam), o médico João Veiga Filho. Emergencista no Hospital da Restauração há mais de 25 anos, o médico pernambucano desenvolveu um estudo epidemiológico sobre a evolução dos tipos de atendimento realizado na urgência do hospital e concluiu que os acidentes com motos hoje tem as proporções de uma epidemia. “Na década de 1990, a maioria dos casos que recebíamos na urgência era por armas brancas ou de fogo. Hoje, os acidentes com motos respondem por mais de 10% dos atendimentos. Não temos condições financeiras e humanas para atender tantos pacientes”, alertou.

     

    O medico propôs que os governos assumam a decisão política de fiscalizar com mais rigor os motociclistas, tanto no que diz respeito ao uso de capacetes, quanto a direção sob o efeito do álcool. De forma coadjuvante, devem também ser realizadas campanhas educativas. “Fizemos um estudo e concluímos que apenas as campanhas publicitárias são insuficientes. É preciso rigor nas fiscalizações”, defendeu João Veiga Filho.

     

    Durante a plenária, foram veiculadas três peças publicitárias produzidas pelo governo do estado de Pernambuco, expondo situações de mortes causadas por acidentes com motos. As imagens sensibilizaram os conselheiros presentes. “Lembrei-me do tempo em que trabalhava como intensivista, quando tinha de comunicar a algum pai ou mãe a morte de um filho em decorrência de um acidente automobilístico”, afirmou o conselheiro federal por Minas Gerais, Hermann Tiesenhausen, que propôs uma ação visando diminuir o número de acidentes com motos. A proposta feita por Tiesenhausen foi a de que o CFM, em conjunto com o Ministério da Saúde, realize campanhas alertando os efeitos deletérios da imprudência no trânsito. O conselheiro federal por Santa Catarina, Anastácio Kotzias Neto, também defendeu a proposta. “Acredito que nesta causa específica podemos ter uma ação conjunta. Como ortopedista, tenho acompanhado o aumento crescente no número de acidentes com o envolvimento de motos”, afirmou. A plenária aprovou a proposta por unanimidade, que será levada pelo CFM ao Ministério da Saúde.

     

    Fonte: Jornal Medicina CFM – Abril/2015

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