Tratamentos “antienvelhecimento”

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Febrasgo integra ação de entidades médicas contra a prática

 

Representantes da Febrasgo, do CFM, da AMB e das sociedades brasileiras de Clínica Médica, Dermatologia, Endocrinologia e Urologia participaram de debate sobre as terapias “antienvelhecimento” durante o XVIII Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, no Rio de Janeiro. Eles alertaram para os riscos e a falta de eficácia cientificamente comprovada desta prática.

O posicionamento baseia-se na análise de 164 trabalhos publicados a partir de 1990. Uma comissão designada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) atestou a falta de segurança dos métodos usados com os fins de prevenir, retardar, modular ou reverter o processo de envelhecimento.

 

Riscos

 

A reposição hormonal, uma das bases das terapias “antienvelhecimento”, pode, segundo os médicos, aumentar o risco de distúrbios do sono, diabetes, câncer e da Síndrome do Túnel do Carpo. Outras condições adversas apontadas são as neoplasias hormônio-dependentes, como cânceres de mama e útero, que podem se manifestar com a reposição desnecessária e o acompanhamento inadequado.

 

Orientações

 

A suplementarão de hormônios como EDTA, DHEA e procaína, por exemplo, e de vitaminas e outros antioxidantes, esta vetada, devido ao risco de estimularem o surgimento de câncer e doença cardiovascular. A exceção ocorre nos casos de deficiência clínica laboratorialmente comprovada. O mesmo vale para hormônios estrogênicos, androgênicos e os “bioidênticos”. Para a promoção da saúde do idoso, a SBGG recomenda que os médicos estejam focados nas políticas do programa Envelhecimento Ativo da OMS.

 

Posicionamento FEBRASGO – Reposição hormonal na menopausa

 

A diretora administrativa, Vera Fonseca, que representou a Febrasgo no congresso, enfatiza que a reposição hormonal deve ser indicada apenas para “mulheres rígidas que sofram com alguns dos 117 sintomas da menopausa, notadamente os decorrentes do déficit estrogênico”. “Além disso, é preciso estar atento ao histórico de cada paciente, tratando-as de forma individualizada, a partir de completa avaliação clínica e analise dos antecedentes pessoais, como história patológica pregressa e hábitos de vida”, completa.

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