O ginecologista infantopuberal não deve se preocupar com as seguintes atitudes comuns em crianças nesta faixa etária: tocar e/ou masturbar os genitais (ambiente público ou privado), olhar e/ou tocar genitais de amigos ou irmãos, mostrar genital para amigos, ficar encostado nas pessoas e tentar ver adultos nus. Estas características de normalidade são de ordem transitória, infrequentes e de fácil distraibilidade.
O “fora da curva” é retratado em atitudes incomuns como convidar amigo ou adulto para relação sexual explicita, inserir objetos na vagina, imitar os movimentos de coito e tocar genitais de animais, principalmente quando tais atitudes são persistentes, de difícil distração.
Muitos comportamentos sexuais em crianças são transitórios, fazem parte do desenvolvimento normal e ocorrem por curiosidade, testes de limites interpessoais e fatores situacionais. Mas, atitudes sexuais persistentemente invasivas, coercitivas, bizarras ou agressivas estão associadas a numerosos fatores situacionais e familiares, incluindo abuso sexual, abuso físico e negligencia (o abuso sexual é comum, mas não exclusivo).
É necessária, portanto, a avaliação cuidadosa dos comportamentos familiares e de ambiente doméstico para esclarecer as causas e os fatores contribuintes.
As condutas possíveis perante crianças com atitudes sexuais podem variar desde a tolerância e a compreensão de saúde mental até o encaminhamento da criança para o Conselho Tutelar, quando há suspeita de abuso ou negligencia.