Saiba mais sobre o autismo: uma doença silenciosa

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    Em mais de 70 anos de estudos e pesquisas, a medicina ainda não tem a cura do Autismo, que é um transtorno de desenvolvimento. Geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades de comunicação e interação social. As causas ainda são desconhecidas, mas a pesquisa na área é cada vez mais intensa. Por isso, os pais devem ficar muito atentos nos primeiros meses do bebê e ao perceber sinais como dificuldades em brincar de faz de conta, interações sociais e comunicação verbal e não verbal devem procurar um especialista.

     

    Existem diversos sintomas que podem indicar autismo, e nem sempre a criança apresentará todos eles. Entre os grupos de sintomas que podem afetar uma pessoa com autismo estão: não faz amigos, não participa de jogos interativos, é retraído, pode não responder ou evitar o contato visual e sorrisos, pode tratar as pessoas como se fossem objetos, prefere ficar sozinho, em vez de acompanhado e mostra falta de empatia.

     

    O Chefe da Unidade de Neurologia Infantil do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Dr. Rudimar dos Santos Riesgo, que tem Doutorado em Pediatria, alerta que alguns sinais são atraso na fala e não buscar o olhar dos pais. O especialista ressalta que na média os diagnósticos são definidos entre 1 ano e 1 ano e meio de idade da criança. Também existe em 20% dos casos o autismo regressivo, ao qual a criança não apresentava sinais da doença até 1 ano e meio. “Ainda assim é um grupo pequeno de casos que apresenta o autismo regressivo’; diz. A seletividade alimentar, como só comer um tipo de comida, por exemplo, também é característica de uma criança com sintoma de autismo. Neste caso, o acompanhamento inicial com o pediatra é fundamental.

     

    ACOMPANHAMENTO

     

    Após identificado o autismo na criança é preciso uma equipe de profissionais para o acompanhamento, como fonoaudiólogo, pediatra, neuropediatra e terapia ocupacional, mas o convívio com outras crianças é importante na ajuda da socialização do paciente. “Os autistas podem ter retardo mental em 50% dos casos e o restante tem inteligência normal, ou até superdotados. A evolução depende muito do QI de cada uma’; explica. Na média o autista fala pouco, mas não significa que não entenda. Muitos só falam na hora que querem e necessitam, porém tem alguns que falam e compreendem bem. Um dos diferenciais das crianças autistas é o interesse muito aficcionado por algum assunto. A evolução do autista depende do foco de interesse e da inteligência de cada um’; salienta.

     

    Dr. Rudimar afirma que o tratamento por medicação é focado nos sintomas, até porque a doença não tem cura. Cerca de 40% dos casos não precisam de medicação, mas os outros 60% precisam. O tratamento pode ser para epilepsia, não conseguir dormir, transtorno do humor, entre outros. Em média 1% da população tem autismo, em Porto Alegre estatísticas revelam 17 mil casos. O tratamento pode ser feito no CAPS (Centro de Atenção Psicosocial).

     

    Como forma de auxílio aos pais, existe em Porto Alegre o Instituto Autismo & Vida, uma ONG, sem fins econômicos, que tem como missão promover o bem-estar das pessoas incluídas no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) por meio da disseminação da informação aos pais, familiares, colaboradores e sociedade em geral, do apoio à produção de conhecimento e da defesa dos direitos da pessoa com autismo.

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