Romaria em busca de vacinas

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Atraso na distribuição do Ministério da Saúde e falta de acondicionamento adequado prejudicam a população

 

O ano começou com um novo problema para a população brasileira: a falta de vacinas. Em Porto Alegre, receber uma dose da vacina antirrábica ou as três contra a hepatite B era praticamente impossível em janeiro. Não havia doses contra as hepatites A e B, vacina dT adulto e dois tipos de DTP infantis, que previnem difteria, tétano e coqueluche, e também vacinas contra rotavírus e raiva, em meados de fevereiro. 

 

O interior também sofreu com a dificuldade. Em Passo Fundo, faltavam doses para hepatite B e raiva, além de soro antiofídico. Em Pelotas, o problema atingiu 51 postos de saúde. Em Santa Rosa, faltavam alguns tipos de vacina desde o ano passado.

 

Em nota, o Ministério da Saúde admitiu as falhas na distribuição e prometeu normalizar a situação.

 

Equipamentos

 

Mas esta não foi a única dificuldade para a população da capital. Outra situação também impediu a vacinação em Unidades Básicas de Saúde: a falta de equipamentos adequados para armazenagem. Em setembro do ano passado, a prefeitura iniciou a substituição das geladeiras por câmaras específicas para armazenamento, recomendadas pelo Ministério da Saúde. Os novos aparelhos conseguem manter a temperatura adequada, entre 2ºC e 8ºC, diferentemente dos equipamentos anteriores, que algumas vezes congelavam as vacinas. Ótimo, não fosse a morosidade.

 

Em visitas realizadas pelo Sindicato Médico, em janeiro, foi constatado que a UBS São José, no bairro Partenon, e a UBS Nonoai não estavam disponibilizando a imunização, pois a geladeira não havia sido instalada. A UBS Vila Ipiranga estava há três meses sem geladeira. No bairro Sarandi, a informação recebida foi de que o posto da região estava aguardando o refrigerador da prefeitura. Como a geladeira da UBS Belém Velho estava estragada, a sala de vacinas foi interditada. Nas unidades Estrada dos Alpes e Calábria, os refrigeradores também não funcionavam.

 

 

A recomendação da prefeitura era procurar o serviço em outro posto da cidade. Porém, o deslocamento para outras unidades, muitas vezes, não é tarefa fácil para as mães. As distâncias podem ser longas, e assim a procura de posto em posto se torna difícil.

 

Segundo o Plano Nacional de Imunizações (PNI), além dos cuidados com a conservação das vacinas, é indispensável melhorar o local de trabalho. Toda sala de vacina deve ter ar-condicionado. O PNI foi criado no ano de 1973 com o objetivo de coordenar as ações de imunizações.

 

 

 

Fonte: VOX Medica | Abril 2016

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