No Brasil, redução de 41.713 leitos entre 2005 e 2012.
O número de leitos hospitalares no Brasil sofreu uma redução de 10,5% entre 2005 e 2012, de acordo com levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com base nos dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde.
O estudo, divulgado dia 12 de setembro pelo CFM, aponta que, em sete anos, houve uma redução de 41.713 leitos hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS). O estado mais prejudicado pela queda é Mato Grosso do Sul, com uma perda de 26,6% dos leitos. No Rio Grande do Sul, a queda foi de 10%, passando de 25.249 para 22.715 leitos nesse período. No estado de São Paulo, foram desativados mais de 10.000 leitos. Dentre as especialidades mais afetadas estão psiquiatria, clínica geral, pediatria e obstetrícia.
Em nota, o CFM afirma que os problemas do SUS se devem ao subfinanciamento e à falta de uma política de saúde pública eficaz. “Os gestores simplificaram a complexidade da assistência à máxima de que ‘faltam médicos no país’. Porém, não levam em consideração aspectos como a falta de infraestrutura física, de políticas de trabalho eficientes para profissionais da saúde, e, principalmente, de um financiamento comprometido com o futuro do Sistema Único de Saúde”, diz Roberto Luiz d’Ávila, presidente do CFM.
No RS, foram fechados 2.534 leitos no mesmo período.
Cremers cobra mais investimento em Saúde
O presidente do Cremers, Rogério Wolf Aguiar, avalia que a crise da falta de leitos se deve ao investimento insuficiente. “O Cremers e outras entidades da saúde estão há muito tempo fazendo pressão política por todos os lados para que seja cumprido o que está na lei. Não é uma responsabilidade apenas dos governos atuais, mas dos governantes que passaram pelo poder nos últimos 10 anos.
Aguiar observa que a carência de leitos hospitalares é uma das causas da superlotação de emergências. “Se houvesse mais leitos disponíveis nos hospitais e vagas na atenção primária, muitos dos problemas que chegam aos hospitais poderiam ser evitados. A população acaba recorrendo as emergências, onde, apesar do longo tempo de espera, ainda é possível consultar pelo SUS”.