Obstetras formam comissão para debater o procedimento
Prática de dar a luz em ambiente adequado, com procedimentos feitos por médicos e usando todos os recursos disponíveis na medicina, o parto hospitalar tem sido responsável direto pela diminuição da mortalidade de mães e bebês. Hoje, salvam-se milhares de vidas de gestantes e crianças que, no passado, eram desperdiçadas. Esta realidade foi tema do Minuto SIMERS veiculado pelo Sindicato Médico em rádios de Porto Alegre e também o argumento de comercial veiculado em horário nobre na Rede Globo de televisão, por ocasião da passagem do Dia das Mães. O SIMERS aproveitou para lembrar que as mulheres vem compartilhando com seus médicos esse momento tão feliz em suas vidas.
Debate
O parto seguro foi levado a debate em assembléia geral inédita na sede do Sindicato Médico, evento que reuniu mais de 40 médicos obstetras do Estado.
A plenária foi uma convocação conjunta do SIMERS e da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do SuL (SOGIRGS). Na pauta, estiveram os temas parto seguro versus parto dito humanizado, bem como a responsabilidade civil e criminal de profissionais que trabalham em hospitais onde são feitos partos por enfermeiras.
Os presidentes do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes, e da SOGIRGS, Mirela Jimenez, comandaram os trabalhos. Foi formada uma comissão que dará continuidade as discussões. A próxima reunião será realizada no final de maio.
Integram a comissão, além de Mirela Jimenez, os médicos Marcelo Marsillac Matias, Breno Acauan, Paulo Afonso Beltrame, Gustavo Steibel e Sandra Canali.
A comissão vai trabalhar iniciativas que divulguem não apenas no ambiente médico, mas também entre as pessoas leigas e pacientes, o fato de existir uma exacerbação no romantismo do parto dito humanizado. A idéia é produzir materiais impressos, como manuais ou cartilhas, e realizar ações de comunicação junto ao SUS e a pacientes da área de saúde suplementar, em parceria com secretarias de Saúde.
– É preciso que as pessoas estejam bem esclarecidas, para que façam a melhor escolha. E o parto hospitalar é essa alternativa, sem dúvida. Não somos contra que a mãe tenha conforto, mas não se pode com isso esquecer da segurança. A mídia tem divulgado queixas de que o parto hospitalar é violento, defendendo alternativas que não são testadas cientificamente – adverte Mirela .
Defesa pública
A repercussão da mensagem veiculada pelo SIMERS nas rádios foi excelente. A editora de Política de Zero Hora, Rosane de Oliveira, por exemplo, declarou que concorda com a posição do Sindicato Médico. A opinião foi veiculada durante o programa Atualidade, da Rádio Gaúcha.
– O parto é um momento que exige segurança. Eu sou do interior e tenho na memória as muitas mulheres que morriam de parto. Os cemitérios na minha região estão repletos de bebês que morreram por falta de assistência. Nos últimos anos, a mortalidade infantil diminuiu muito por conta dessa assistência. Com a pobreza que existe em nosso País, o parto hospitalar vem, sim, em muito boa hora – defendeu a jornalista.
O SIMERS festeja a opinião lúcida e sensata e acredita que é esse tipo de consciência que pode levar mais saúde e dignidade a população brasileira.
Fonte: VOX Médica – maio2015