Mantenha o diabetes longe de você

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    Nos últimos dez anos, o número de diabéticos no Brasil cresceu 61,8%, passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016, conforme pesquisa do Ministério da Saúde. Os dados revelam, ainda, que mais mulheres têm sido diagnosticadas com a doença, passando de 6,30/0 para 9,9% no mesmo período. Silencioso, muitas vezes assintomático, o diabetes consiste em um grupo de patologias que têm como característica a presença de taxas elevadas de açúcar no sangue. Mesmo com causas metabólicas, esses índices alarmantes estão intimamente ligados à obesidade e ao sedentarismo – dois grandes vilões para a saúde.

     

    O endocrinologista Marcos Rovinski explica que “a regulação da taxa de glicose no sangue é feita pela secreção de insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas. Quando este hormônio deixa de ser fabricado, o organismo perde a capacidade de produzir insulina e a glicose se eleva no sangue. Por outro lado, há situações que fazem com que a insulina fabricada não consiga fazer a glicose baixar, por aumento da resistência à sua ação. Um exemplo é o caso de indivíduos obesos, principalmente com obesidade abdominal, em que a gordura visceral provoca essa resistência à insulina”.

     

    O primeiro caso – falha na produção de insulina – é mais comum na infância, e é denominada diabetes melito tipo 1. Segundo o médico, necessita o uso de aplicação de insulina para controle glicêmico.

     

    A falta de ação da insulina por aumento da resistência é denominada diabetes melito tipo 2, sendo mais comum na idade adulta. “No entanto, com o aumento da obesidade infantil, está mais frequente a ocorrência de diabetes melito tipo 2 em idade cada vez mais precoce”, alerta o endocrinologista.

     

    E possível prevenir o diabetes

     

    Mesmo sendo o tipo de diabetes que mais cresce no Brasil, o diabetes tipo 2 pode ser evitado. Como está diretamente ligado a fatores externos, como estilo de vida e hábitos alimentares, pode ser mantido à distância com atividade física e cardápio adequado.

     

    O médico nutrólogo Paulo Henkin observa que a obesidade acontece quando há desequilíbrio entre a quantidade de alimentos ingeridos e o gasto energético: “Deve-se evitar o tipo de alimento que facilite ganho de peso, e que aumente a glicose no sangue”. A fórmula é simples: exercícios físicos e alimentação rica em fibras, grãos integrais, frutas, verduras, legumes, carnes magras, feijão, ervilha, lentilha, evitar carboidratos, açúcar refinado, bebidas que contenham açúcar, evitar álcool em excesso, fazer check-ups periódicos e sempre – mas sempre mesmo – manter o corpo em atividade.

     

    • Sintomas mais comuns: aumento na vontade de urinar, sede excessiva, fadiga, perda de peso. Vale registrar que o acompanhamento médico é essencial a partir dos sintomas, independentemente do tipo de diabetes.
    • Simples e rápidos, os testes de contagem ” de glicose são eficientes para detectar a taxa de açúcar no sangue: até 100 mg está normal; até 126 mg indica pré-diabetes, e acima de 126 mg, já é diagnóstico de diabetes.
    • Fique atento à circunferência abdominal: máximo de 94 cm para homens e 84 cm para mulheres.
    • Outra situação frequente é o chamado diabetes melito gestacional, que ocorre em mulheres previamente sadias que desenvolvem diabetes na gestação. Mesmo que costume desaparecer após o parto, deve ter acompanhamento médico intensivo no pré- natal, por ser fator de risco para desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.

     

    Fonte: Revista Saúde | edição 93

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