Nos últimos meses, notícias sobre casos de febre amarela têm dominado os noticiários. Uma doença que era considerada erradicada nas áreas urbanas brasileiras desde os anos 1940, voltou a menifestar surtos no leste de Minas Gerais. O infectologista Cezar Vinícius Würdig Riche, gestor do Serviço de Controle de Infecção do HED, traz importantes informações sobre o tema:
O que é a febre amarela?
R – A febre amarela é uma doença febril aguda, grave. Esta doença acomete humanos e animais, principalmente primatas.
Como é transmitida?
R – Essa doença pertence às arboviroses, ou seja, doenças transmitidas por artrópodes – no caso, mosquitos. Qualquer pessoa pode adquirir a doença, mas a sua transmissão não ocorre em contato de pessoa- -pessoa. A febre amarela apresenta dois ciclos distintos de transmissão: o silvestre e o urbano. No ciclo silvestre, em áreas florestais, os vetores da febre amarela são os mosquitos Haemagogus e o Sabethes. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue).
A febre amarela tem cura? Qual é o tratamento?
R – O tratamento é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente, que pode necessitar de hospitalização. O paciente deverá permanecer em repouso e fará reposição de líquidos. Devemos evitar salicilatos (aspirina) e anti-inflamatórios, pois estas medicações podem agravar o quadro clínico e o risco de sangramentos.
Quais são os sintomas?
R – Os sintomas são febre alta (de até 7 dias de duração) com início súbito, cansaço, dor de cabeça, dor muscular – principalmente abdominal e lombar -., náuseas e vômitos. É comum apresentar um breve período de melhora, usualmente de 2 a 3 dias, então seguido de reinício do mal-estar, icterícia (a pele e as escleras do olho ficam amareladas), além de insuficiência do fígado e dos rins, nos casos mais graves. O paciente também pode apresentar sangramento pelo nariz e nas gengivas, mas podem ocorrer vômitos com sangue ou diarreia – sendo essas as manifestações hemorrágicas da doença.
Como podemos prevenir?
R – Existem algumas medidas, entre elas a vacinação contra a febre amarela. É importante atentar que existem orientações específicas ou impedimentos para a realização desta vacina – em caso de dúvidas, questione o seu médico. Para as pessoas que vivem em área urbana com ou sem indício dessa doença, a eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti é fundamental. Para isso devemos eliminar reservatórios de água onde o mosquito possa depositar seus ovos. Outras medidas preventivas são o uso de repelente de insetos, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo.
Fonte: Revista Saúde | edição 93