Faculdades de Medicina – Não faltam médicos

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    A criação de mais cursos para resolver a falta de profissionais no Sistema Único de Saúde e no interior é um equívoco

     

    A implantação de novas escolas de medicina no Estado foi debatida em audiência pública na Assembléia Legislativa gaúcha. O diretor Jorge Eltz representou o Sindicato Médico e manifestou preocupação com a criação de  novos cursos em um mercado já saturado e concentrado em grandes centros urbanos.

     

    – O Brasil tem mais de 420 mil médicos. Até 2013, formava 17 mil profissionais por ano. No Rio Grande do Sul, quatro novas escolas foram abertas nos últimos cinco anos.13 são 15 cursos de Medicina no Estado, sendo que a maioria dos médicos está concentrada na Região Metropolitana – resumiu.

     

    Em setembro de 2014, quatro novos municípios gaúchos foram autorizados pelo Ministério da Educação a criar cursos de Medicina. São eles: Novo Hamburgo, São Leopoldo, Ijuí e Erechim.

     

    Não é formando mais médicos que o Brasil será campeão em saúde. Se fosse assim, seria simples: para acabar com a fome, bastaria aumentar o número de escolas de culinária. Paulo de Argollo Mendes, presidente do Sindicato Médico

     

    Eltz ressaltou que não faltam médicos, mas há carência de um plano de carreira dos profissionais para a gestão da saúde publica. Ele também salientou a preocupação do Sindicato Médico com a qualidade de ensino dos formados na nova leva de faculdades que será criada. – Temos mais escolas que a China ou Estados Unidos, e não há controle público sobre estas instituições- revelou.

     

    – A criação de novos cursos de medicina já mostrou que e uma solução equivocada. Afinal, já são 216 em todo o País, e mesmo assim ainda há locais com atendimento precário ou mesmo sem atendimento. O que falta é contratar os médicos para atuar no SUS, através de uma de carreira de Estado, com ingresso por concurso público – acrescentou o diretor.

     

    Definição das novas faculdades gaúchas

     

    O Ministério da Educação selecionou 39 municípios para sediar novos cursos de medicina, sendo quatro no Rio Grande do Sul – Novo Hamburgo, Sao Leopoldo, Ijuí e Erechim. Na primeira fase do edital foram indicadas duas instituições por cidade. Representantes das quatro universidades melhor posicionadas na primeira fase do edital – Feevale, Unisinos, Unijuí e URI- defenderam em audiência pública suas propostas. O Grupo Kroton Anhanguera registrou a segunda melhor pontuação nas três primeiras cidades. Em Erechim, a segunda colocação ficou com uma faculdade da região. A segunda etapa do processo, que analisara projeto pedagógico, residência médica e contrapartidas, deve ser concluída em final de maio. o resultado final será anunciado em junho.

     

    Fonte: VOX Médica – maio2015

     

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