Localizado atrás das orelhas, em uma cavidade óssea, o labirinto tem a função de manter o equilíbrio, através de informações sobre a direção dos movimentos da cabeça e do corpo: para cima, para baixo, de um lado para o outro, para frente, para trás, rotações e na posição estática.
Como explica o otorrinolaringologista Joel Lavinsky, “as doenças do labirinto ou labirintopatias são popular e erroneamente conhecidas como ‘labirintites’. Existem diversas doenças ou distúrbios do labirinto, e cada uma delas tem características específicas. Tontura é o sintoma mais frequente e representa genericamente todas as manifestações de desequilíbrio”, esclarece.
Cerca de 7% da população mundial apresentará algum episódio de tontura a cada ano, sendo essa uma das queixas mais comuns entre pessoas com mais de 70 anos. Atinge mais mulheres do que homens e, segundo o médico, pode ocorrer também em crianças.
O especialista assegura que “a tontura é sentida porque o cérebro recebe informações erradas a respeito da posição no espaço, informações geradas pelo labirinto doente. Pode dar a sensação de que a pessoa está rodando (vertigem), caindo (desequilíbrio), sendo empurrada (desvio de marcha), flutuando (falta de firmeza nos passos) ou ouvindo chiados (zumbido)”.
Porém, ele deixa claro que a tontura é somente um sintoma, que deve ser investigado e diagnosticado adequadamente, pois existem inúmeras doenças do labirinto: “As labirintopatias mais comuns são as doenças específicas do ouvido interno (labirinto e cóclea), alterações sistêmicas (diabetes, hipertensão, reumatismos), infecções por vírus ou bactérias e problemas de coluna cervical”. Por isso, a avaliação com o otorrinolaringologista é importante para confirmar que o comprometimento é do labirinto e definir a labirintopatia específica. O diagnóstico é realizado através da avaliação clínica, confirmada por exames complementares específicos do labirinto, como a videonistagmografia (VNG) e o potencial miogênico evocado vestibular (VEMP). Ele garante que vertigem e outras tonturas são sintomas que costumam apresentar boa resposta ao tratamento, desde que haja uma definição precisa do diagnóstico.
– Dependendo do diagnóstico, o tratamento já pode ser realizado no próprio consultório médico com manobras de reposicionamento labiríntico. Além disso, existem sistemas de reabilitação do equilíbrio com realidade virtual (Balance Rehabilitation Unit – BRU).
– Adotar novos hábitos também ajuda muito: alimentar-se a cada três horas, evitar sal, açúcar, massas, embutidos, chocolate e gorduras em geral, assim como abolir a café, chá, refrigerantes com cafeína, cigarro e álcool. Praticar atividades físicas- e controlar a hipertensão, alterações hormonais, diabetes e obesidade.