Os acidentes de transito são a segunda maior causa de mortes no Brasil – aqui, o número de vítimas é o maior do mundo. Dentre os fatores que resultam em desastres nas ruas e estradas, o usa do celular ao volante tem crescido significativamente, chegando a superar a embriaguez.
Dados do Departamento de Trânsito dos Estados Unidos (NHTSA, na sigla em inglês) revelam que o risco de acidente aumenta em até 400% quando se utiliza o celular. O estudo afirma que dois segundos são o tempo máximo para que o motorista tire os olhos da via sem comprometer totalmente a segurança. No entanto, ao escrever ou ler um texto no celular, o motorista costuma levar quase 5 segundos sem ver o que acontece em seu entorno.
A distração também acontece ao atender ligações. Os recursos mentais envolvidos no processo de conversar com alguém ao telefone comprometem a atenção do motorista, que tem seus reflexos diminuídos e demoram mais para agir diante de um imprevisto. Dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) mostram que as distrações causadas por celulares e outros eletrônicos, somadas, já são a quarta maior causa de acidentes em São Paulo. A multa de R$ 85,13 não parece suficiente para inibir a prática.
O tema será debatido no XI Congresso Brasileiro Sobre Acidentes e Medicina de Tráfego, a ser realizado pela Abramet de 10 a 13 de setembro na cidade de Gramado.
O presidente da Câmara Técnica de Medicina do Tráfego do Cremers, Juarez Molinari, comenta:
– Além das vidas perdidas, temos que enfrentar as sequelas deixadas por esses acidentes – especialmente nos jovens entre 18 e 35 anos – e o prejuízo financeiro e social assim gerado. Hoje, entre 60% e 70% dos leitos hospitalares são ocupados por vitimas do trânsito.
Molinari acredita que, para frear esses índices, a educação e a melhor saída. Campanhas de conscientização para a segurança no trafego, que abranjam desde crianças ate pedestres, ciclistas e motoristas, são fundamentais.
– O medico também tem grande responsabilidade nesse processo. Não somente os especialistas em medicina do tráfego, mas todos os colegas, em seus consultórios, junto a seus pacientes, podem ajudar a semear essa ideia.
Fonte: REVISTA CREMERS – junho 2015