A importância da Vacinação

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Vacinação

Vacinas são seguras e salvam vidas: a de seu bebê, a de suas crianças, a de seus pais. Atualize seu calendário vacinal e viva com mais saúde

0 Plano Nacional de Imunização (PNI) do Brasil é referência mundial por oferecer, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e com alta taxa de cobertura, uma extensa gama de vacinas.

No entanto, nos últimos anos a queda na cobertura vacinal vem assustando especialistas e trazendo uma grande preocupação: a volta de doenças erradicadas ou totalmente controladas, como o sarampo e a poliomielite.

Em 2016, por exemplo, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) declarou o sarampo erradicado nas Américas. Mas a diminuição da cobertura vacinal fez com que o Brasil apresentasse um surto da doença em 2018.

Com a pandemia de covid-19, a situação se agravou ainda mais. Por medo da contaminação pelo novo coronavírus e com a orientação de fazer isolamento social para combater a disseminação da doença, muitos optaram por não ir aos postos de saúde para se vacinar.

Segundo a ginecologista Cecilia Roteli Martins — pesquisadora do Centro de Pesquisa da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), professora doutora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e presidente da Comissão Nacional Especializada de Vacinas da Febrasgo —, muita gente parou de cuidar da saúde e, principalmente, deixou de se prevenir contra outras doenças, além de negligenciar as vacinas do calendário oficial do Ministério da Saúde oferecidas pelo SUS. “Várias pessoas não se imunizaram nem levaram seus filhos para serem vacinados, e isso aconteceu no mundo todo, por consequência do lockdown e do receio de contaminação pelo novo coronavírus”, confirma. “A maioria não fez exames de rotina nem os acompanhamentos necessários com consultas médicas, e vários pacientes que agora procuram os consultórios já apresentam doenças que poderiam ter sido tratadas precocemente.”

PREVENÇÃO JÁ!

As doenças infecciosas representam a maior causa de mortalidade em adultos. Estima-se que mais de 50 mil pessoas morram a cada ano por elas ou por suas complicações, que seriam evitáveis com a imunização.

Roteli Martins afirma que a vacina é um dos maiores bens conquistados nos últimos séculos, junto da água potável. “Elas são capazes de eliminar doenças que exterminavam populações inteiras.”

Para a pesquisadora da FMABC, sem as coberturas adequadas de vacinação existe a possibilidade de que aconteçam novos surtos de doenças que estavam controladas. “Todos devem adotar cuidados na hora de ir ao posto de saúde — os mesmos que temos utilizado para ir ao supermercado ou à farmácia: usar máscara e álcool em gel, manter distância mínima de 1,5 metro das outras pessoas, procurar não tocar o rosto, lavar as mãos e o antebraço quando chegar em casa”, explica. “Os hospitais e postos de saúde têm hoje protocolos muito rígidos, para que todos fiquem protegidos do novo coronavírus. O importante é não se descuidar das vacinas.” Isso serve para todos: mulheres — incluindo as gestantes —, homens, crianças, adolescentes e idosos.

A imunização salva vidas! É urgente que todos sigam com seriedade a orientação do calendário vacinai do Ministério da Saúde, à disposição no link Calendário Nacional de Imunização. A Sociedade Brasileira de Imunizações também oferece o cronograma, no link Calendários de Vacinação.

PANDEMIA DE COVID-19

A presidente da Comissão Nacional Especializada de Vacinas da Febrasgo acredita que o sucesso de uma vacina faz com que ela se transforme em sua única vítima, já que, quando a doença é eliminada, ninguém mais fala sobre o imunizante. “As vacinas são vítimas do seu próprio sucesso: ninguém mais é imunizado contra a varíola, porque ela foi dizimada com a vacinação.”

“O novo coronavírus trouxe de volta a importância de uma vacina e a valorização desse conhecimento, desse bem, oferecendo a possibilidade de erradicar uma doença, por vezes letal, por meio dela”, ressalta.

Sobre a pandemia e a queda na taxa de imunização, é importante observar que já há regiões que estão flexibilizando o lockdown, com a abertura do comércio e o possível retorno às aulas presenciais. Roteli Martins explica que, enquanto estávamos em isolamento social, não havia a circulação dos diversos vírus; mas, com a abertura, eles voltarão a se disseminar. “Nessa fase, os índices de infecções respiratórias em crianças diminuíram muito, porque elas não estavam frequentando os espaços coletivos.”

O grande receio dos médicos, no entanto, é que esse retorno de crianças e adultos circulando sem as vacinas do calendário de imunização traga a possibilidade de surtos de outros vírus,  incluindo os que já têm cobertura vacinal. 

As famílias devem procurar quanto antes os postos de saúde, para colocar em dia a caderneta vacinai de todos: crianças, adultos, gestantes e idosos. Vale ressaltar que as gestantes, ao se vacinar, estão se protegendo e cuidando também de seus bebês, pois a mãe transfere os anticorpos obtidos com a imunização ao feto e, posteriormente, recém-nascido, pelo leite materno.                          

AS VACINAS CONTRA O CORONAVÍRUS                                

As discussões sobre a imunização contra o Sars-CoV-2 passaram a ser um tema frequente nos lares do mundo todo. Qual é a melhor, quando seremos vacinados, podemos ficar livres das máscaras e muitas outras interrogações habitam diariamente os noticiários e as nossas conversas.      

Graças à dedicação de nossos cientistas, pesquisadores e médicos, estamos aptos a produzir algumas das vacinas já utilizadas em vários países do mundo. Neste momento, é fundamental que a informação chegue a todos por meio de sites de credibilidade. Fique atenta e verifique as orientações recebidas pelas redes sociais, em especial pelo WhatsApp. Pesquise nas páginas de instituições fidedignas, como Fiocruz, Butantan, Sociedade Brasileira de Imunizações e Febrasgo, entre outras.

“Já temos duas vacinas aprovadas pela Anvisa em nosso país, e outras estão a caminho. O Plano Nacional de Imunização (PNI) tem as condições necessárias de fazer toda a logística para realizar a imunização da população”, esclarece a professora doutora da Unicamp. “O ideal é deixar essa tarefa para os técnicos e médicos do PNI. Eles podem decidir quando, como e a melhor forma de operar a aplicação dessas vacinas.”

O importante é, no momento definido pelo PNI, tomar a vacina, sempre mantendo os mesmos cuidados de hoje: usar máscara e álcool em gel, lavar sempre as mãos, manter distância de no mínimo 1,5 metro de outras pessoas e evitar aglomerações. “Vacinada e seguindo as regras atuais, você estará protegendo sua vida, a do seu filho, a de sua família e de toda a comunidade”, conclui Roteli Martins.

   

                                                                                          

 


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