Câmaras Técnicas divulgam orientações para os médicos

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As Câmaras Técnicas de Infectologia, Pediatria, Clínica Médica, Emergência, Medicina de Família e Comunidade e Pneumologia do Cremers elaboraram uma série de recomendações sobre o enfrentamento da síndrome gripal, em especial do vírus H1N1. O comunicado, dirigido aos médicos, ressalta a importância da vacina como forma mais importante de prevenção. Caso a gripe seja diagnosticada, o grupo recomenda o uso precoce do Oseltamivir.

 

CONFIRA A ÍNTEGRA DO COMUNICADO:

 

Prezados colegas,

 

Considerando os dados epidemiológicos locais e a perspectiva de um surto epidêmico do vírus H1N1, as Câmaras Técnicas de Infectologia, Pediatria, Clínica Médica, Emergência, Medicina de Família e Comunidade e Pneumologia do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul apresentam suas recomendações visando o enfrentamento da gripe sazonal para o ano de 2016:

 

A) A vacina é a única medida segura de proteção contra o vírus Influenza. Idealmente, no Rio Grande do Sul, seria a cobertura vacinal universal com vacinas tetravalentes, onde observam-se surtos epidêmicos repetidos;

 

B) A priorização de grupos mais suscetíveis é uma estratégia de saúde pública em função de recursos, o que não impede e tampouco contraindica a vacinação no restante da população;

 

C) Pacientes não incluídos como população de risco na campanha, mas que na avaliação de seu médico assistente sejam suscetíveis (vulneráveis) devem ser encaminhados aos postos de vacinação com a devida justificativa;

 

D) É recomendável a vacinação de outros grupos de risco tais como: dentistas, educadores e profissionais que atuam em instituições de saúde (creches, Casas Geriátricas, entre outras);

 

E) Crianças menores de 5 anos, no primeiro ano que recebem a vacina, necessitam de 2 doses com intervalos de 30 dias para obter uma viragem segura. Além de proteger, a vacina diminui a disseminação do vírus;

 

F) Os primeiros casos de Influenza tendem a ocorrer ao final de março com pico de incidência em junho. Por isso, a vacinação deveria ser realizada no mês de março, não ultrapassando a segunda semana de abril;

 

G) Visando a viragem imunológica em tempo hábil recomenda-se que adesão precoce à vacinação já nos primeiros dias do período vacinal;

 

H) A higienização de mãos, manter ambientes arejados, evitar aglomerações e contatos com pessoas com sintomas gripais são medidas efetivas de prevenção;

 

I) Ao optar pelo uso precoce do Oseltamivir (menos de 48 horas) em síndromes gripais inespecíficas deve-se adotar uma política de facilitação do acesso à medicação após a prescrição médica;

 

J) Uma grande parcela de óbitos nos invernos anteriores ocorreu na população sem fatores de risco e excluída da estratégia de vacinação do Governo. Portanto, os pacientes não vacinados e sem fatores de risco com os sintomas gripais devem ser acompanhados com atendimento preferencial na rede básica de saúde;

 

K) Como uma parcela importante da população não receberá a vacinação, entendemos que, frente a um número crescente de casos (epidemia), se adote uma política de fluxos preferenciais de atendimento e sejam criadas unidades de atendimento específicas para pacientes com síndromes gripais, objetivando atendimento precoce e diferenciado, afastando das emergências esse grupo de pacientes;

 

L) Ocorrendo epidemia, sugerimos que hospitais, serviços de urgências e postos de saúde com grande movimento implementem fluxos específicos para pacientes com síndromes gripais.

 

Aproveitamos para informar que o TelessaúdeRS, projeto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dispõe de um telefone exclusivo para médicos realizarem questionamentos e dirimirem dúvidas referentes à gripe A, através do número 0800.6446543, das 08h às 17h30min de segunda a sexta-feira.

 

Esperamos que estas propostas oriundas de ampla discussão entre nossas Câmaras Técnicas possam contribuir para o combate eficaz da epidemia de gripe influenza no ano de 2016.

 

Fonte: Revista Cremers

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