Pesquisa revela insatisfação com os serviços de saúde no país

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Os serviços públicos e privados de saúde no Brasil são péssimos, ruins ou regulares para 93% dos eleitores brasileiros. A sensação também e de insatisfação em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS), segundo 87% da população.

 

Essa avaliação considerada negativa pelos pesquisadores integra pesquisa inédita realizada pelo Instituto Datafolha a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Paulista de Medicina (APM). O resultado do trabalho foi divulgada no dia 19 de agosto, em Brasília. 

 

De acordo com a pesquisa, que confirma a que as médicos denunciam já faz tempo, a saúde no Brasil e apontada como a área de maior importância para 87% brasileiros e é também indicada por 57% como tema que deveria ser tratado como prioridade pelo Governo Federal. A abrangência do estudo foi nacional, incluindo regiões metropolitanas e cidades do interior de diferentes partes, moradores nas cinco regiões do país. Foram ouvidas 2.418 pessoas – 60% delas residentes no interior – entre as dias 3 a 10 de junho, homens e mulheres com idade superior a 16 anos.

 

SUS de difícil acesso e de má qualidade 

 

A pesquisa realizada pelo Datafolha apontou ainda que todos as aspectos do atendimento do sus tem imagem insatisfatória entre a população brasileira. Os pontos mais críticos estão relacionados ao acesso e ao tempo de espera para atendimento. Mais da metade dos entrevistados que buscaram acesso no SUS relatou ser difícil ou muito difícil conseguir a serviço pretendido, especialmente cirurgias, atendimento domiciliar e procedimentos específicos, como hemodialise e quimioterapia.

 

Um ano na fila de espera

 

O tempo aguardado para ser atendido ou agendar uma consulta, exame, internação, cirurgia ou outro procedimento também e um gargalo para a SUS. Entre as 2.418 entrevistados da pesquisa do Datafolha, pelo menos 30% declararam estar aguardando ou ter alguém na família aguardando a marcação ou realização de algum procedimento pelo SUS. Até mesmo pessoas que possuem planas de saúde, 22% deles disseram que aguardam algum tipo de atendimento pela rede pública.

 

Só dois entre cada dez entrevistados conseguiram ser atendidos em até um mês no seu pedido de consulta, exame, internação, cirurgia ou procedimento específico (quimioterapia ou hemodiálise, por exemplo). Para quase metade da população esse tempo e ainda maior, podendo chegar a seis meses. O mais grave é que uma parcela significativa da população (29%) aguarda há mais de seis meses para ter seu pedido atendido, sendo que mais da metade desse grupo relata estar na fila de espera há mais de um ano.

 

Falta de infraestrutura no SUS 

 

De acordo com dados apurados pelo CFM junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, quase 13 mil leitos foram desativados na rede pública de saúde entre janeiro de 2010 e julho de 2013. O número passou de 361 mil para 348 mil leitos. As especialidades mais atingidas com a corte foram a psiquiatria (-7.499 leitos), pediatria (-5.992), obstetrícia (-3.431) e cirurgia geral (-340).

 

Fonte: Revista Cremers – setembro 2014

 

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